Tribos urbanas e adolescência

Uma das marcas da sociedade contemporânea, pós-moderna, como o aponta Maffesoli, é o tribalismo, ou seja, vivemos “o tempo das tribos”, onde o individualismo é superado por um processo de identificação com o grupo, o comunitário, o tribal. Este livro é o resultado de uma pesquisa de doutorado, do curso de Psicologia Social, na Universidad Argentina J. Kennedy. “Las tribos urbanas como grupo de pertenencia de un sector adolescente: incorporación e identidade” é o título original da tese, tendo como suportes principais a Psicologia Social, a Psicanálise e a Sociologia. O estudo investiga a influência dos fatores culturais no processo de pertencimentode um setor adolescente a uma tribo urbana. Nesta investigação participam adolescentes de duas escolas de ensino médio, uma da rede privada e outra da rede pública estadual da cidade de Porto Alegre-RS, Brasil. Os resultados na análise dos dados contam com os referenciais de Pichon- Rivière, Michel Maffesoli, Zygmunt Bauman, Juan-David Nasio, Pedrinho Guareschi, Erich Fromm, entre outros, apontando a ideologia (princípios, ideias da tribo urbana), seguida do vestuário, como o fator cultural de maior relevância, em nossa investigação, para os adolescentes em seu processo de identificação e de pertencimento a uma tribo urbana. Buscamos com nossa pesquisa uma maior compreensão da realidade das tribos urbanas e a sua influência e presença na vida de adolescentes, não como meros objetos de estudo e de análise, mas como oportunidade de entendimento maior desse ser humano que se apresenta num contínuo processo de desvelamento em tantas facetas pelo qual se historiciza o social. Entendendo cada agrupamento em sua especificidade, entendemos um pouco melhor cada ser humano, entendemos e temos um maior amadurecimento e uma possibilidade de vivência, quiçá mais significativa, consciente, como Humanidade.