Na terra de sangue, o sangue separa o sol da grama verde. A Revolução Federalista é o motivo político e a degola o instrumento macabro. Dentro desse trágico extermínio de irmãos, os Montoneros João do Quarai e Davi Sant'Ana troteiam pelas coxilhas do Distrito de Rio Negro, empapada de barro e pelos fluídos dos derrotados, logo após a degola praticada pelos Maragatos. João está atrás do mal que mata a terra. Já Davi busca vingança. No caminho, cruzam com Ismael, um ex-escravo, fugitivo da Justiça, e a chave dos acontecimentos grotescos daquela cidade misteriosa. Na sequência, um ano se passou, mas a matança entre gaúchos continua, agora com os Chimangos provocando a degola dos derrotados. Francisco Gonçalves, um jornalista carioca, pisa no Distrito de Boi Preto, Rio Grande do Sul, em pleno acampamento Chimango, atrás de respostas para uma estranha foto. O jornalista, então, acaba em uma busca frenética, que o arrastará pelo covil de um soldado que, dizem, enlouqueceu e virou um Leão-baio, além de um perigoso bando de carcheadores e, ao final, seu destino no Capão da Morte. No último capítulo, retorna-se um ano atrás e as cercanias do município de Bagé, RS, com o cerco à cidade, ditado pelo exército Maragato de Joca Tavares, com a complacência do trapaceiro Coronel Köln. Nem a auditoria do oficial Alano Thomason, paulista enviado para apurar os atos ilícitos praticados pelo militar, poderá mudar o destino imposto a todos pela Guerra. Sobrará para Jamir, um menino de rua, adotado pelo dono de Bolicho, Seu Carlos, e para a cafetina Lilandra, presenciar os acontecimentos finais da tragédia que tomará Bagé e seus incrédulos habitantes.
Dan Cristoff teve sua estreia na literatura no terror e realismo fantástico, a partir do livro “Ana, uma história sobre ansiedade”. Na sequência, publicou, no mesmo gênero, a antologia de contos “Doutor Sinistro” e os romances “O bárbaro da Medianeira” e “O surto”, a continuação direta de “Ana”. Ainda como ficcionista, publicou as novelas "Vingança", no gênero terror, e "Costello em Terra Verde, uma história marginal sobre o fim do futebol", enquanto comédia, bem como o romance "Ser mãe Ser pai" e os contos “O paradoxo de Gérson”, na coletânea “104 que contam” e “A menina que gritou lobo”, na edição nº 4 de “Insólito! Assombroso! Inimaginável!”, bem como o microconto “Chá e bolinhos para Zapata”, na obra “Liberdade – Antologia de literatura livre”, pela editora portuguesa Chiado Books.