Mãe, eu tô sangrando
Modelo: Stela Rates
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Características
Mãe, eu tô sangrando é um livro que se lê com o corpo. As histórias nele presentes parecem costuradas de modo a comporem uma só narrativa: o ser mulher, que, da infância à senilidade, se sente na carne, na solidão imposta pela carne. De quantas formas pode uma mulher sangrar? Quais são as caras da solidão? Há algum tempo-lugar em que seja possível não ser vista como fêmea? Há algum tempo-lugar em que se possa esquecer que se é fêmea? Talvez sejam essas algumas das questões que dão mote aos incidentes vividos pelas personagens que protagonizam os contos do segundo livro de Stela. As respostas se encontram nos signos que atravessam não só essas páginas, mas também a vida de muitas de nós. A calcinha manchada de sangue, o vestido curto demais, a gravidez interrompida, a gravidez levada adiante, os meandros do sexo, o ser filha, o ser mãe, o ser amante. O ser mulher condicionado ao corpo, e a busca da mulher para ser além dele. Os contos de Stela nos fazem sangrar, mas também nos levam a pensar sobre o peso e a medida de nosso sangue. Os contos de Stela nos mostram que, apesar da dor, ainda podemos ser nós a traçar os caminhos percorridos por nosso sangue.
Elisa Rates
Stela Rates nasceu em 1961, em Vacaria, RS. Além de escritora, é pesquisadora e professora aposentada da Faculdade de Farmácia da Ufrgs. Seu primeiro livro solo, Queda Livre (Editora Metamorfose, 2018), foi
finalista do Prêmio AGES, na categoria narrativas curtas, em 2019. O conto O Azul da Geladeira, presente em Mãe, eu tô sangrando, foi finalista no XV Concurso Nacional de Contos Josué Guimarães.
