Eis o amor que fica
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- Calcular freteDesde que brotou na mente este meu primeiro poema longo, onde parece que os versos já estavam alinhavados, vários títulos disputavam o protagonismo: “Curitiba merencória”, “Curitiba erótica” e o próprio agora cravado “eis o amor que fica”. Como o poema não é um ato compulsório (W. H. Auden), sim, deixemos ao acaso, a “brisa mediúnica”, que sopra sobre e dentro de você e do seu intelecto quando ela bem entende. Há quem diga que poema é como suicídio, você não premedita, simplesmente comete! Daí, todo poema ser uma obra completa. Na sua invenção implode-se tanto o passado quanto o futuro. Só a palavra é presente, a dádiva sobrevivente! É que o poema resume tamanho investimento formal e exorcização moral que ele soa o último. Como se a musa jamais fosse voltar à cena do crime.
Sylvio Back, 86, cineasta, poeta, roteirista e escritor. Filho de imigrantes húngaro e alemã, nascido em Blumenau (SC), é detentor do título de “Doutor Honoris Causa” concedido pela UFSC, por sua obra literária e cinematográfica dedicada à cultura e à arte brasileiras. Exjornalista e crítico de cinema, em 1962 inicia-se na direção cinematográfica, tendo escrito, realizado e produzido 38 filmes – curtas, médias e doze longas. Tem publicados vinte e cinco livros (poesia, contos, ensaios) e dez argumentos/roteiros de seus longas-metragens. Com uma centena de prêmios nacionais e internacionais é um dos autores mais laureados do Brasil.