A pororoca
Modelo: Sergio Canarim e Rudi Renato Jr
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Características
A Pororoca é um fenômeno natural produzido pelo encontro das correntes fluviais com as águas oceânicas e não há melhor título para o trabalho de dois poetas inquietos e pensantes. Assim como em O jogo de dados, de Mallarmé, os versos de ambos desafiam nossas concepções do que seja poesia, investindo na ruptura, na quebra, no uso dos espaços em branco da página, em chamar para o texto nomes da cultura pop e contemporânea, a usar o trocadilho e o trocadalho. São versos em que a identidade de cada sujeito lírico se perde, criam-se novas máscaras para as personas que poetam, para essas identidades logo desaparecerem e começarem novas apropriações e movimentos. O pensamento devaneia, delira, alucina. O eu se esvai em busca do Nirvana, do Tao, do NADA. Pororoca nos ensina que a poesia é potente veículo para ideias. Se falamos em sentido adâmico para a característica humana de nomear e simbolizar o real para criá-lo e compreendê-lo, neste livro Adão é desafiado a ir além do nome e do símbolo. A revirar o real pelo avesso. E é um barato.
Arthur Telló
Sérgio Canarim, poeta, filósofo, meditador, tântrico, empresário, a gota, apenas ninguém. Ninguém é graduado em Direito, Filosofia e Gestão. Ninguém é condutor de meditação. Outros livros de ninguém: Filhos do Vácuo (2015), O Absoluto e o Pós-homem (2017), Esquizo Iluminado (2019). ----- Rudi Renato Jr. é escritor, poeta, autor dos livros:
Mania (Livronovo, 2018);
E quando a flor um sorriso (Primata, 2019);
Espiritual (Primata, 2021);
Manual de Manobras (Clube de Autores, 2021);
Meditações acerca da hipótese apócrifa das borboletas transcendentais (Clube de Autores, 2021);
O livro azul (Clube de Autores, 2022);
Ode a Roberto Piva (Invencionática, 2023);
A pororoca (Bestiário, 2023,
escrito em parceria com Sérgio Canarim);
Densos Delírios (Invencionática, 2023).
