Chegou até mim numa tarde de quarta-feira de julho, de um calor ameno atípico para os dias de verão amazônico, a honrosa missão de prefaciar o segundo livro de Otto Vasconcelos. Em um misto de felicidade pela conquista do amigo e de ansiedade trazida pelo desafio, iniciei a leitura daquele manuscrito tão logo o recebi. De título instigante, sobretudo em tempos de uso frequente dos prefixos de negação, Desgovernados é um livro que pode ser lido de um fôlego só. É uma obra que aconchega, mas também perturba. Como deve ser.