Cansei de ser delegacia reúne contos psicológicos e poemas de versos livres.Os textos em prosa foram escritos, despretensiosamente, ao longo de alguns anos e, embora não sejam autobiográficos, refletem as vivências e os atravessamentos da autora: a despedida e a saudade do solo e sangue lusitanos; o dia em que bateu o carro; os sentimentos de não pertencimento a meios e instituições limitantes; as ruas, feiras e avenidas de São Paulo; as histórias de sua mãe; os deslocamentos provocados por diversas linguagens artísticas: música, literatura, teatro, silêncio, pulso, corpo, amor, vida.Já os poemas surgiram através de um experimento artístico de escrita fluida, durante os primeiros meses do isolamento social provocado pela Covid-19. Via Instagram, gente anônima e conhecida dedicava palavras aleatórias à autora, que se desafiou a compor palavra como dança. O papel era o salão; a caneta, a dançarina que se derrama e flui através dos movimentos. Não houve pausas na produção dos poemas: você lerá a água que jorra do pensamento e molha (às vezes, inunda) a folha, o rosto e a alma. Água de uma mulher-turbilhão: às vezes, rio; às vezes, mar; e tantas outras vezes, poça.
Beatriz Abreu nasceu em 1993, numa pequena cidade chamada Tatuí, no interior paulista. Filha de pai lusitano, viveu em Portugal até os 10 anos de idade. Trouxe para o Brasil as memórias do Tejo e da infância. Estudou música erudita no Conservatório Dramático e Musical de Tatuí, mas suas paixões sempre foram a literatura, o teatro e a MPB. No ano de 2013, realizou o sonho cultivado desde menina: contemplada com uma bolsa de estudos integral, graduou-se em Letras. Trabalhou como socioeducadora numa ONG e, em 2015, ingressou como docente de Língua Portuguesa na rede SESI-SP. Pós-Graduada em Metodologia do Ensino da Língua Portuguesa e, atualmente, Mestranda em Artes da Cena pela Escola Superior de Artes Célia Helena, transita entre a Educação, o Meio Artístico e a Pesquisa Acadêmica. Fã de Caetano, Clarice e Almodóvar. Insiste em chamar São Paulo de Cidade-Lar. Ama gatos. Mulher, artista, professora, múltipla, turbilhão.
Atendimento de Segunda a Sexta das 09h ás 18h