A outra face da musa é o outro lado da mulher coletiva, conhecida, portanto, é uma mulher desconhecida que vos fala, uma mulher que tem a individualidade exaltada na escrita de suas memórias, sonhos e reflexões. Recorrer aos símbolos que comumente nos remetem ao feminino com o intuito de dar voz à individualidade, deixando um legado enquanto ser humano justamente ao colocar em pauta a experiência enquanto mulher, é o meio que encontrei de subverter uma ordem em que ou abdico da minha individualidade, abraçando uma feminilidade que despersonaliza, ou renego e condeno ao esquecimento tudo o que ela representa, me esforçando em me diferenciar de mulheres queridas que de alguma forma a vivem ou a viveram, como minha mãe e avó. Nesse sentido, seja lá qual fosse minha escolha, haveria um sacrifício. Do individual ou do coletivo. Meu ou delas. Esse livro não sacrifica nenhuma, mas roga por todas.
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